IMPORTANTE: não tentem fazer isso em casa! Todas as fórmulas que serão descritas nessa série de postagens são para fabricação por profissionais da área. Fizemos as mesmas na faculdade sob supervisão de um professor.
Soluções
Antisséptico se
refere a tudo o que for utilizado no sentido de degradar ou inibir a
proliferação de microrganismos presentes na superfície da pele e mucosas. São
substâncias usadas para desinfetar ferimentos, evitando ou reduzindo o risco de
infecção por ação de bactérias ou germes.
Um
antisséptico ideal deve ser capaz de destruir a forma vegetativa de todos os
microrganismos patogênicos, requerer tempo limitado de exposição e ser eficaz
em temperatura ambiente, não-corrosivo, atóxico para seres humanos e de baixo
custo.
Devido
às semelhanças na composição química e metabolismo entre os seres humanos e
microrganismos, é difícil alcançar este ideal. Entretanto, a toxidade seletiva
(a toxidade seletiva para alguns microrganismos mas não para as células
humanas) é de suma importância para os antissépticos.
O
grau de seletividade para os agentes antissépticos pode variar, dependendo dos
tecidos com os quais entram em contato. Um antisséptico destinado para a
lavagem das mãos pode ser menos seletivo do que um antisséptico utilizado como
colutório oral, visto que o epitélio altamente queratinizado da pele
proporciona maior grau de proteção contra antisséptico do que o epitélio oral.
Os
antissépticos podem ser usados como complementação após a higiene com sabão
comum. A escolha de um anti-séptico é baseado na análise dos seguintes
aspectos:
ü Modo
de ação
ü Espectro
de ação
ü Rapidez
de ação
ü Persistência
ü Segurança
e toxicidade
ü Inativação
por matéria orgânica
ü Disponibilidade
do produto
Tipos
de antissépticos
Álcool(60% A 90%): etílico,
n-propílico, isopropílico
Os
alcoóis foram utilizados durante muitos anos como agentes antimicrobianos e
como transportadores para outros antimicrobianos insolúveis em água. Devido a
seu baixo custo, evaporação rápida e ausência de resíduo, mostram-se úteis para
a desinfecção de objetos inanimados. Características: desnaturação das
proteínas; ação contra Gram positivos, gram negativos, bacilo da tuberculose,
fungos, vírus (HBV,HIV,RSV), não esporicida; mínima toxicidade; ação rápida,
mas sem açào residual; atividade varia de 15 segundos para alguns gram
negativos gradativamente a 1 minuto, 3minutos, 4minutos, 7 minutos conforme
resistência dos microorganismos; inativado por matéria orgânica, embora não
inativado por quantidade mínima de sangue; causa ressecamento da pele; com
glicerina a 2% parece minimizar o problema do ressecamento da pele.
Gluconato de clorexidina
(0,5% c/álcool; 2%; 4%)
A
clorexidina foi aprovada para o uso em escovas cirúrgicas em meados de 70, e
como colutório a 0,12%, no final da década de 80. Para lavagem cirúrgica, as
soluções de clorexidina a 4% são de ação rápida. A clorexidina é altamente
eficaz contra os microrganismos Gram-positivos, enquanto exibe menor eficácia
contra os microrganismos Gram-negativos e mostra-se ineficaz contra os bacilos
da tuberculose, esporos e numerosos vírus. A natureza catiônica da clorexidina
permite a sua ligação a tecidos duros e moles na cavidade bucal; a seguir, é
liberada com o decorrer do tempo, porduzindo um efeito bacteriostático
contínuo. Os principais efeitos colaterais consistem na pigmentação dos dentes,
aumento da formação de cálculos e alteração do paladar. Causa ruptura da
membrana provocando precipitação do conteúdo celular; ação eficaz contra Gram
positivos, menos eficaz contra gram negativos, e ineficaz contra bacilo da
tuberculose, fungos, vírus (HBV,HIV,CMV,INFLUENZA); possui ação residual de 6
horas; possui toxicidade por contato direto com ouvidos e olhos de recém
nascidos; raramente são relatados sintomas respiratórios; é pouco irritante da
pele, sendo que esporadicamente algumas pessoas podem apresentar
suscetibilidade; tempo de ação de 15 segundos, com boa redução de microorganismos
mais frequentemente encontrados nas mãos; aumenta o espectro com o aumento da
exposição.
Iodo e iodóforos (0,05%...
10%; 2%)
Os
halogênios e as substância liberadoras de halogênios constituem alguns dos mais
eficazes agentes microbianos utilizados para a desinfecção e antissepsia. Seu
principal modo de ação parece depender da reação covalente do halogênio com
sistemas enzimáticos-chaves. Age por penetração e oxidaçào da parede celular. À
medida em que aumenta a solubilidade, aumenta o iodo livre disponível. O iodo
livre é o responsável pela ligação com os microorganismos. Espectro de ação:
Gram positivos, Gram negativos, fungos, vírus, bacilo da tuberculose, esporos.
Desvantagens: irritação, alergia e absorção pelo organismo. Possui ação
residual, mas inferior à da clorohexidina. Inativado por matéria orgânica.
Triclosan (0,3%;1%;2%)
ü Ruptura
da parede celular.
ü Ação
contra Gram positivos e Gram negativos, fungos, ação muito limitada contra
vírus
ü Absorvido,
mas não mutagênico e não alergênico
ü Rapidez
intermediária, possui ação residua
ü Pouco
inativado por matéria orgânica
Para-cloro-meta-xylenol
ü Ruptura
da parede celular por inativação enzimática.
ü Ação
contra Gram positivas e Gram negativa, razoável para fungos e vírus
ü Pouco
irritante
ü Rapidez
intermediária
ü Antisséptico
inferior a clorohexidina e PVPI
ü Pouco
afetado por matéria orgânica
Para
a preparação de uma solução antisséptica para aftas, estomatites e faringites
são necessárias as seguintes matérias-primas:
ü Mentol
– agente flavorizante, evidenciador do odor e terapêutico. 0 mentol atua como
dessensibilizante do paladar, empregado muitas vezes para o mascaramento do
sabor amargo de determinadas substâncias.
ü Iodo
– agente antimicrobiano
ü Iodeto
de potássio – estabilizante
ü Água
destilada – é usada como veículo
ü Glicerina
– em formulações tópicas e cosméticas, a glicerina é utilizada por suas
propriedades umectantes e emolientes. Em formulações parenterais (injetáveis) é
principalmente utilizada como solvente. Em formulações de uso oral a glicerina
é utilizada como agente edulcorante, antimicrobiano e doador de viscosidade.
Solução otológica: As preparações otológicas podem ser líquidas,
pastosas (pomadas) e pós: soluções e suspensões óticas: são formas líquidas
destinadas à instilação no conduto auditivo. Pomadas óticas: são preparações
semi-sólidas aplicadas no exterior do ouvido. Pós de uso ótico ou insuflações:
são preparações preparadas com pó ou mistura de pós divididos que são
administrados no conduto auditivo.
Normalmente
são aplicadas no meato externo em forma de gotas para remoção do cerúmen
(combinação das secreções das glêndulas sudoríparas e sebáceas do meato
acústico externo. Quando ressecadas, formam uma massa pegajosa que abriga
células epiteliais, pelo, poeira, etc.) para tratamento de infecções,
inflamações ou dores otológicas.
Os fármacos com atividade antiinfecciosa de
uso tópico na orelha incluem cloranfenicol sulfato de colistina, neomicina,
sulfato de polimixina B e nistatina. Pode-se utilizar também fármacos
analgésicos como antipitina e anestésicos locais como lindocaína, benzocaína,
dibucaína. Além de antiinflamatórios como alguns corticosteróides
(hidrocortisona, dexametasona).
Características de preparações otológicas:
produtos semi-estéreis: veículo viscoso, para aderir às paredes do conduto
auditivo, como a glicerina, propilenoglicol, polietilenoglicol de baixo peso
molecular (ex. PEG 300, PEG 400), óleos (ex. óleo mineral). Água e álcool
(etílico e isopropílico) podem também serem usados como veículos. Em pomadas
óticas, a vaselina, o gel de petrolato/polietileno (Unigel®) são normalmente
empregados como excipientes. Para insuflações emprega-se como excipiente o
talco, a lactose ou o ácido bórico.
O pH normal do conduto auditivo está
geralmente compreendido entre pH 6 a 7,8. Portanto, é menos ácido que o pH
geral da pele (pH 5,3-5,8), o que pode favorecer a colonização bacteriana e o
desenvolvimento de otites. Portanto, preparações otológicas devem apresentar
preferencialmente pH ácido, os microrganismos proliferam mais facilmente em
meio alcalino.
Para
a preparação de uma solução para descamação epidérmica do conduto auditivo são
necessárias as seguintes matérias-primas:
ü Ácido
salicílico – princípio ativo que possui ação analgésica, antipirética,
antiinflamatória e anti-reumática
ü Álcool
etílico – é usado como veículo
ü Glicerina
– em formulações tópicas e cosméticas, a glicerina é utilizada por suas
propriedades umectantes e emolientes. Em formulações parenterais (injetáveis) é
principalmente utilizada como solvente. Em formulações de uso oral a glicerina
é utilizada como agente edulcorante, antimicrobiano e doador de viscosidade.
Colutório: são preparações magistrais destinadas a serem
depostas na mucosa bucal ou orofaríngea. São soluções viscosas devido à
presença de mel ou glicerina. As substâncias ativas empregues são
antissépticos.
Se gostaria de acrescentar um
colutório ou elixir à sua rotina de higiene oral, é importante conhecer os
efeitos destes produtos. Alguns deles refrescam o hálito, outros desempenham um
papel de combate contra a cárie, graças ao flúor, enquanto que outros ainda
contêm ingredientes antibacterianos que ajudam a evitar a acumulação da placa dentária.
Tem muitas opções à sua escolha e
o melhor colutório para si é aquele que melhor se adapta às suas necessidades
em matéria de higiene oral para a saúde dos seus dentes e gengivas. A
preferência em termos de sabor também desempenha um papel importante na decisão
do colutório a usar.
Para o ajudar a decidir qual o
colutório ou elixir que lhe convém, tome em consideração os pontos seguintes:
ü Álcool—sim ou não? O álcool é um
componente de numerosos colutórios, o que pode ser problemático se engolir deliberadamente
uma grande quantidade de produto. Se pretende adquirir um tipo de colutório
para toda a família, e se tem filhos em idade escolar ou adolescentes em casa,
existem diversos produtos de bochecho dentário sem álcool à sua escolha. Também
os ex-alcoólicos evitam colutórios com álcool, devido ao risco potencial que
apresentam.
ü Sensibilidade. Algumas pessoas
consideram os ingredientes presentes nos colutórios irritantes, em especial as
pessoas com gengivas sensíveis. De igual forma, as pessoas que normalmente não
sofrem de gengivas sensíveis podem achar que a sua boca fica mais sensibilizada
durante um curto espaço de tempo se estiverem a recuperar de uma intervenção
dentária. Se tem uma boca sensível, utilize antes um colutório natural ou sem
álcool. Os colutórios sem álcool contêm frequentemente ingredientes como o
aloé-vera e a camomila que possuem um efeito calmante.
Controlo da placa bacteriana. Se pretende um
colutório que lhe permita controlar o mau hálito e evitar igualmente a
acumulação da placa bacteriana, escolha um que contenha ingredientes que
eliminam a placa bacteriana.
Para preparar as soluções iremos usar:
Solução para descamação
epidérmica do conduto auditivo
ácido
salicílico .......................... 5%
álcool
etílico ............................. 10ml
glicerina
.................................... 10ml
Antisséptico para aftas,
estomatites e faringites
mentol
............................. 0,5%
iodo
................................. 2,5%
iodeto
de potássio ........... 5%
água
destilada .................. 6ml
glicerina
.............. q.s.p.* .... 40ml
Colutório com mentol
timol
..................................... 0,15%
salicilato
de metila ................. 0,05%
mentol
..................................... 0,01%
eucaliptol
................................. 0,05%
glicerina
.................................... 2%
álcool
etílico .............................. 40ml
água
destilada .............. q.s.p.* ... 100ml
* q.s.p. = quantidade suficiente para
Mas, afinal, para que serve cada um destes produtos?
ü Timol
– poderoso antisséptico com atividade
antimicrobiana
ü Salicilato
de metila – flavorizante, utilizado para mascaramento, cuja intensidade é mais
forte e prolongada do que o sabor objetável. É um analgésico local, agente
flavorizante (em pequenas concentrações). A ingestão aceitável é de
500mcg/kg/dia. Utilizado em pastilha e na flavorização de óleos (ex.: óleo de
fígado de bacalhau).
ü Mentol
– agente flavorizante, evidenciador do odor e terapêutico. 0 mentol atua como
dessensibilizante do paladar, empregado muitas vezes para o mascaramento do
sabor amargo de determinadas substâncias.
ü Eucaliptol
– possui atividade antimicrobiana acentuada, além de ser um agente flavorizante
e expectorante
ü Glicerina
– em formulações tópicas e cosméticas, a glicerina é utilizada por suas
propriedades umectantes e emolientes. Em formulações parenterais (injetáveis) é
principalmente utilizada como solvente. Em formulações de uso oral a glicerina
é utilizada como agente edulcorante, antimicrobiano e doador de viscosidade.
ü Álcool
– segundo solvente mais utilizado, diminui a possibilidade de hidrólise, tem
conservação indefinida e pode ser misturado com água. É usado em soluções
hidroalcoólicas extrativas de princípios ativos (de 45 a 90%), em soluções
anti-sépticas (ex.: álcool iodado) e em soluções desinfetantes (70%). Constitui
um bom solvente para essências, alcalóides e glicosídeos, sendo porém, fraco
para gomas e proteínas. Soluções tópicas de etanol são usadas como
facilitadoras da penetração cutânea.
ü Água
destilada – é usada como veículo
Solução para descamação
epidérmica do conduto auditivo
Começamos
calculando quanto ácido salicílico iremos usar para preparar a solução (20ml de
solução).
20ml – 100%
x – 5%
x = 1g
x – 5%
x = 1g
Pesamos 1g de ácido salicílico em um
cálice e solubilizamos o ácido em um pouco de álcool etílico. Depois de
solubilizado o ácido, completamos as 10ml de álcool etílico no cálice e
solubilizamos. Pegamos esse cálice e adicionamos 10ml de glicerina.
Homogeneizamos. A nossa solução ficou translúcida. Depois disso a solução
estava pronta.
Antisséptico para aftas,
estomatites e faringites
Começamos
calculando quanto mentol, iodo e iodeto de potássio iremos usar para preparar a
solução (40ml de solução).
Mentol à
|
40ml –
100%
x – 0,5% x = 0,2g |
Iodo à
|
40ml –
100%
x – 2,5% x = 1g |
Iodeto de potássio à
|
40ml –
100%
x – 5% x = 2g |
Pesamos
1g de iodo em um vidro relógio e maceramos com o pistilo no gral de vidro.
Pesamos 0,2g de mentol em um vidro de relógio e maceramos com o iodo no gral.
Depois pesamos 2g de iodeto de potássio e homogeneizamos com o iodo no gral.
Com a ajuda de um bastão de plástico, colocamos o iodo + mentol homogeneizado
no iodeto de potássio em um cálice.
Colocamos
6ml de água destilada no cálice e homogeneizamos. Depois de bem homogeneizada a
solução, completamos as 40ml com glicerina e homogeneizamos bem. A solução
ficou pronta e com coloração marrom (igual ao lugol), cor característica das preparações
contendo iodo.
Colutório com mentol
Nessa
formulação não precisamos calcular quanto de cada matéria-prima precisamos
pesar porque o q.s.p. é para 100ml, então a porcentagem descrita acima é o
valor de gramas que devemos pesar. Então devemos pesar:
ü salicilato
de metila: 0,05g
ü mentol:
0,01g
ü eucaliptol:
0,05g
ü glicerina:
2g
Depois de todas as
matérias-primas pesadas, colocamos o mentol e o timol em um cálice e
solubilizamos as duas matérias nas 40ml álcool. Depois de solubilizado o mentol
e o timol, incorporamos o salicilato de metila, o eucaliptol e a glicerina.
Homogeneizamos bem. Completamos 100ml com água destilada e homogeneizamos.
Depois disso acabamos. A nossa solução se apresentou translúcida.
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